OXXO Deixa o Brasil ? Lições de Expansão, Alinhamento Cultural e Estratégico
- Marco Condado
- 11 de dez. de 2024
- 3 min de leitura

Saída da OXXO do Brasil: O que Deu Errado e as Lições para Empresas
A OXXO subestimou a complexidade do mercado brasileiro. Modelos que funcionam no México — com alta densidade populacional, presença consolidada de serviços financeiros nas lojas e uma estrutura logística robusta — não foram traduzidos adequadamente para o Brasil. Aqui, o varejo de conveniência enfrenta:
Padarias e Mini-mercados Locais: Cumprem o papel de conveniência com preços competitivos e oferecem um produto que a OXXO não tem: o pão quentinho.
Logística e Segurança: Os desafios do transporte diário em um país continental, combinado com questões de segurança pública, tornam o modelo original impraticável.
Falta de Serviços Financeiros: No México, os serviços bancários são um pilar do sucesso da OXXO. No Brasil, a ausência desses serviços deixou as lojas com menos atratividade.
Impacto Financeiro e Gestão Mal Planejada
Investimento Elevado: Com um custo médio de R$ 750 mil por loja, a OXXO apostou pesado em um modelo que não gerou retorno esperado.
Canibalização de Mercado: A alta concentração de lojas em áreas próximas fez com que unidades competissem entre si, reduzindo a margem de lucro.
Prejuízo Milionário: O prejuízo de R$ 165,7 milhões em 2023 mostra uma operação deficitária sem perspectiva clara de reversão.
Concorrência Acirrada no Brasil, exige "Alinhamento cultural e estratégico"
Diferente do México, o Brasil tem uma oferta variada de soluções convenientes. Entre as principais estão:
Redes como Carrefour Express, Minuto Pão de Açúcar e Dia%, que oferecem preços competitivos e já têm logística otimizada.
Estabelecimentos locais (padarias e mercados de bairro) que oferecem conveniência com um toque pessoal.
Para enfrentar essa concorrência é fundamental o alinhamento cultural e estratégico, para que toda a equipe tenha de forma muito clara os desafios a serem enfrentados.
Cenários Futuros para a OXXO
A saída da OXXO do Brasil parece cada vez mais provável, mas algumas opções estão na mesa:
Venda do Ativo:
A Raízen, controladora da operação, pode optar por se desfazer das lojas, atraindo um player local ou fundo especializado.
Seria uma saída rápida, mas com grande desvalorização do investimento inicial.
Reestruturação e Redução:
Focar em regiões com maior potencial de crescimento e encerrar operações deficitárias.
Apesar de ser uma solução lógica, as falhas logísticas e financeiras tornam o sucesso desse plano incerto.
Abandono Total:
Encerrar as operações e cortar as perdas pode ser a decisão mais racional. Não seria a primeira multinacional a desistir do Brasil devido às complexidades do mercado.
Lições para o Varejo Internacional
Estudo de Mercado: É essencial compreender os hábitos e a cultura de consumo local.
Flexibilidade Estratégica: Adaptar modelos de negócios ao mercado de destino, incluindo produtos, preços e serviços.
Concorrência Local: Subestimar competidores estabelecidos (como padarias) pode ser fatal para novos entrantes.
E Agora?
Se a OXXO vai “seguir o jogo ou pedir para sair” depende das decisões estratégicas da Raízen e de potenciais compradores. Contudo, o varejo de conveniência no Brasil mostrou que não há espaço para apostas mal calculadas.
Nossa Opinião
A OXXO provavelmente sairá do Brasil, deixando um exemplo clássico de como uma expansão mal planejada pode levar ao fracasso. O mercado brasileiro exige personalização, eficiência e um entendimento profundo das dinâmicas locais.
E você, acha que a OXXO ainda pode virar o jogo ou deve dar adeus ?
Qual sua opinião sobre operações de abrangência nacional em um país com proporções continentais ?
OXXO trouxe assaltos, falta de segurança para funcionários, perturbação de madrugada na frente da casa das pessoas. Tragédia como no caso Gabriel Renan, lojas incendiadas, lugares estratégicos para virarem isca para bandidos, de madrugada pessoas sentadas nas mesas do lado de fora, todos com celulares, nada de segurança